Olá, amigos...
Gostaria de contar uma história... Uma história de amizade, aventura e sonho... Uma história que aconteceu de verdade, e que, com certeza, ainda é fresca como brisa na memória desses sete jovens que a vivenciaram.
19 de janeiro de 1997.
Após uma semana de dura batalha para convencer os pais de Mix a deixá-la ir ao primeiro show de sua vida, finalmente, o tão esperado dia.
Mix só tinha 13 anos, e já tinha ido a alguns showzinhos, mas não como esse, e, muito menos, sem a sua mãe. E tinha agravante: Só tinha Mix de menina, no meio de seis garotos e a turma só voltaria pra casa no dia 20, feriado de São Sebastião. A batalha foi dura, mas eles liberaram.
Dessa turma, cinco meninos eram amigos de infância da Mix, e dois, que ela só conheceu às vésperas do show, mas os tinha como irmãos.
E lá se foram os sete jovens de Santa Cruz, rumo ao show do Skank, na Enseada de Botafogo (RJ): Mix, Nino, Jamaica, USA, Noturno, Gonzaga e Tio Mau.
Em meio à batucadas e cantorias na parte de trás do ônibus (onde quase deixaram a cobradora maluca!) e a briga de sete contra uma lata de coca-cola (gente dura é foda! Rs), a turma chegou ao Centro da Cidade, de onde partiu para a Marina da Glória onde o pai de Nino trabalhava.
De lá, todos seguiram para Botafogo, onde seria o show. Chegando lá, a praia já estava lotada, mas antes o pessoal teria q ir até o apartamento da tia de Gonzaga, onde ficariam hospedados, para deixar as mochilas. Ao descer do ônibus, uma senhora, que dizia ter sido roubada dentro do ônibus, que estava lotada, virou-se para Jamaica e pediu pra que lê lhe devolvesse apenas os documentos. Detalhe: Ela nem perto do grupo estava, tinha falado isso simplesmente pelo fato dele ser negro. Claro que o grupo todo tomou as dores do amigo, principalmente a baixinha abusada da Mix. Esclarecido o assunto e depois de passar no ‘Apê’ da tia do Gonzaga, a turma rumou para a praia.
Chegando lá, eles ficaram bem longe do palco. Mas, em meio a empurrões e na briga de “quem-vai-subir-no-ombro-de-quem” pra tirar fotos, todos puderam curtir o show, que foi sensacional.
No meio do show, tacaram em Mix uma latinha com cerveja, que lhe acertou em cheio, bem nas costas, e um ‘caboclo’ surgiu do nada e ofereceu maconha pra galera. Claro que ninguém aceitou. Apesar de bobo-alegres, eram todos caretas.
No fim do show, Nino chegou para um segurança e pediu que ele conseguisse um autógrafo. Detalhe: Ninguém tinha nem papel, nem caneta.
Depois disso: Jamaica foi jogado no mar, com carteira, sapato e tudo; a turma ficou papeando na praia até escurecer, quando perceberam que tinha um homem que estava os encarando. Nino foi até o guarda mais próximo: “-ô seu guarda, tem um elemento que tá encarando a gente faz um tempão.” [Guarda] “-Um elemento, é?” [Nino] “-É, um elemento. E a gente fica preocupado porque tem uma menina com a gente...”
E entre essas e outras pérolas, a noite foi seguindo: Jamaica ficou preso no caixa eletrônico, Tio Mau foi cantado por um travesti, etc, etc, etc...
Meia-noite. A turma resolveu ir dormir. Mix, Gonzaga e USA, foram para o Apê da tia do Gonzaga, dormir com os cucos. O restante foi dormir no barco do pai de Nino, na Marina, com os mosquitos e os peixes saltadores, fazendo até promessa de ‘arroz carreteiro”...
O dia seguinte, apesar de um certo desencontro, O Círculo Interno (como a tribo seria batizada mais tarde), passou o dia inteiro na Praia do Flamengo, entre piadinhas infames e caixotes de areia que o Nino aplicava em todo mundo.
Pois, é. 10 anos dessa doida e maravilhosa aventura. 10 anos de Círculo Interno!
Espero que possamos ter bons momentos como esse no futuro! O ano está só começando!!!
Nino (Alex), Gonzaga (Vagner), Tio Mau (Maurício), Noturno (Alexandre), USA (Jadilson) e Jamaica (Vander): Obrigado por vocês existirem na minha vida e por participarem da minha história. Amo vocês, sempre!
Té++++++