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terça-feira, agosto 14, 2007

Fuga

Fuga

Era carnaval,

Quando você fugiu.

Eu não via mais os pierrôs e colombinas,

E nem as meninas dos teus olhos transbordando ternura.

Eu não ouvia mais as marchinhas,

Nem ouviria mais as canções de ninar que há muito me embalaram...

Não sentia os confetes e serpentinas ao vento

E nem o cheiro de vida em tua pele perfumada...

Me fugiu o carnaval.

Quando pus tua mão fria e quase rígida sobre minha cabeça

Para eternizar os cafunés que não viriam mais.

O acaso também fugiu,

Ao tornar, nesta festiva data,

Uma eterna quarta-feira de Cinzas pra quem fica.

A misericórdia, covarde, também fugiu.

Porque, mesmo depois de anos de dor,

Não te absolveu não lhe deu chance...

Foi, neste tenebroso carnaval,

Que a alegria me fugiu

Foi quando a vida lhe fugiu

E você, fugiu de mim.

domingo, março 04, 2007

11 anos sem Mamonas

Olá, amigos.
Hoje, dia 02 de março de 2007, completa 11 anos do acidente que vitimou os músicos da banda Mamonas Assassinas.
Dia difícil. E triste.
"O Brasil já tem tantos motivos pra chorar, que nós queremos ser o seu motivo pra sorrir.", explicava Dinho, ao ser perguntado o porquê do tipo de música da banda. E conseguiram.
Pra uns, mais uma banda engraçadinha. Pra maioria, um fenômeno. Fenômeno de alegria, de vendas, de carisma. Música que contagiou a pais, filhos e netos. Que apesar de palavrões, nunca soou com tanta inocência...
Vítima de alguns oportunistas, que tentaram processar a banda pelo uso de palavrões e até mesmo tentar impedir a entrada de menores nos shows (que geralmente tinha como faixa etária de 7 a 77 anos), a banda não esquentava a cabeça com esse tipo de comentário. "Imoralidade é o que os políticos fazem com esse país, que são até capazes de roubar o dinheirinho suado, guardado durante anos, das cadernetas de poupança de trabalhadores honestos." Desabafa Júlio.
A verdade é que os Mamonas fazem falta. E muita!
Em apenas um ano de sucesso nos dá uma prévia do que poderia vir nos anos seguintes. Mas, infelizmente, esses anos não vieram.
Hoje, é bem fácil achar fotos dos cinco meninos após o acidente. Eu vi, e não recomendo pra ninguém. A saudade é muita, mas a imagem deles felizes nos levam a uma nostalgia que nos deixam livres de certos pensamentos...
Após o acidente com o jatinho, chegou-se a cogitar um erro do piloto. Mas que droga! Que mania que as pessoas têm de insultar a nossa inteligência! Se alguém diz que vai virar pra um lado, que você sabe que está errado, e mesmo assim diz "OK", quem é o errado da história? Pergunte à família do piloto quem errou? Pergunte ao filho do Bento, que nasceu sem ter conhecido o pai, quem cometeu o engano? Pergunte aos pais de Sérgio e Samuel, que perderam dois filhos de uma vez, quem é que está equivocado?
Sim, se passaram 11 anos, e ainda esperamos por justiça! Quantos acidentes aéreos precisaremos ter ainda pra que a Aeronáutica admita que comete falhas? Quantos Mamonas precisarão morrer? Quantos aviões da Gol precisarão cair?
No meio de tudo isso, uma homenagem. Chegou à mídia a notícia de que seria feito um filme com a história dos Mamonas Assassinas, com lançamento previsto para 2006. Acontece, que já é 2007 e nada.
Talvez, esse filme seja a alavanca que esssa história precise pra chegar a um final.
Enquanto isso não acontece, só nos resta as lembranças, e a torcida para que certos tipos de erros sejam julgados corretamente.



Outro lado da vida

(Samuel, Bento, Sérgio)

Vejo as pessoas que me cercam
Tudo é alegre entre eles
Sinto que me falta algo
Pra que eu possa sentir
Esse outro lado da vida

Minha vida tem várias faces
Mas eu me encontro tão só
Sinto que vivo uma cópia
De um sofrimento
Que nunca senti

Se não tivesse me iludido
Teria sido melhor pra mim
Nem tudo o que passou
Se pode explicar
Minha mente está confusa
Tudo gira dentro de mim
Como numa tempestade

E o dia se torna chato
Fico a falar com as paredes
Os meu amigos não podem me ver
Como é difícil encontar
Esse outro lado da vida

Talvez não seja só sofrimento
Fico sonhando acordado
Mas meus amigos não podem me ver
Como é difícil encontrar
esse outro lado da vida.



***Té++++

sábado, janeiro 20, 2007

10 anos de Círculo Interno.

Olá, amigos...

Gostaria de contar uma história... Uma história de amizade, aventura e sonho... Uma história que aconteceu de verdade, e que, com certeza, ainda é fresca como brisa na memória desses sete jovens que a vivenciaram.

19 de janeiro de 1997.

Após uma semana de dura batalha para convencer os pais de Mix a deixá-la ir ao primeiro show de sua vida, finalmente, o tão esperado dia.

Mix só tinha 13 anos, e já tinha ido a alguns showzinhos, mas não como esse, e, muito menos, sem a sua mãe. E tinha agravante: Só tinha Mix de menina, no meio de seis garotos e a turma só voltaria pra casa no dia 20, feriado de São Sebastião. A batalha foi dura, mas eles liberaram.

Dessa turma, cinco meninos eram amigos de infância da Mix, e dois, que ela só conheceu às vésperas do show, mas os tinha como irmãos.

E lá se foram os sete jovens de Santa Cruz, rumo ao show do Skank, na Enseada de Botafogo (RJ): Mix, Nino, Jamaica, USA, Noturno, Gonzaga e Tio Mau.

Em meio à batucadas e cantorias na parte de trás do ônibus (onde quase deixaram a cobradora maluca!) e a briga de sete contra uma lata de coca-cola (gente dura é foda! Rs), a turma chegou ao Centro da Cidade, de onde partiu para a Marina da Glória onde o pai de Nino trabalhava.

De lá, todos seguiram para Botafogo, onde seria o show. Chegando lá, a praia já estava lotada, mas antes o pessoal teria q ir até o apartamento da tia de Gonzaga, onde ficariam hospedados, para deixar as mochilas. Ao descer do ônibus, uma senhora, que dizia ter sido roubada dentro do ônibus, que estava lotada, virou-se para Jamaica e pediu pra que lê lhe devolvesse apenas os documentos. Detalhe: Ela nem perto do grupo estava, tinha falado isso simplesmente pelo fato dele ser negro. Claro que o grupo todo tomou as dores do amigo, principalmente a baixinha abusada da Mix. Esclarecido o assunto e depois de passar no ‘Apê’ da tia do Gonzaga, a turma rumou para a praia.

Chegando lá, eles ficaram bem longe do palco. Mas, em meio a empurrões e na briga de “quem-vai-subir-no-ombro-de-quem” pra tirar fotos, todos puderam curtir o show, que foi sensacional.

No meio do show, tacaram em Mix uma latinha com cerveja, que lhe acertou em cheio, bem nas costas, e um ‘caboclo’ surgiu do nada e ofereceu maconha pra galera. Claro que ninguém aceitou. Apesar de bobo-alegres, eram todos caretas.

No fim do show, Nino chegou para um segurança e pediu que ele conseguisse um autógrafo. Detalhe: Ninguém tinha nem papel, nem caneta.

Depois disso: Jamaica foi jogado no mar, com carteira, sapato e tudo; a turma ficou papeando na praia até escurecer, quando perceberam que tinha um homem que estava os encarando. Nino foi até o guarda mais próximo: “-ô seu guarda, tem um elemento que tá encarando a gente faz um tempão.” [Guarda] “-Um elemento, é?” [Nino] “-É, um elemento. E a gente fica preocupado porque tem uma menina com a gente...”

E entre essas e outras pérolas, a noite foi seguindo: Jamaica ficou preso no caixa eletrônico, Tio Mau foi cantado por um travesti, etc, etc, etc...

Meia-noite. A turma resolveu ir dormir. Mix, Gonzaga e USA, foram para o Apê da tia do Gonzaga, dormir com os cucos. O restante foi dormir no barco do pai de Nino, na Marina, com os mosquitos e os peixes saltadores, fazendo até promessa de ‘arroz carreteiro”...

O dia seguinte, apesar de um certo desencontro, O Círculo Interno (como a tribo seria batizada mais tarde), passou o dia inteiro na Praia do Flamengo, entre piadinhas infames e caixotes de areia que o Nino aplicava em todo mundo.

Pois, é. 10 anos dessa doida e maravilhosa aventura. 10 anos de Círculo Interno!

Espero que possamos ter bons momentos como esse no futuro! O ano está só começando!!!

Nino (Alex), Gonzaga (Vagner), Tio Mau (Maurício), Noturno (Alexandre), USA (Jadilson) e Jamaica (Vander): Obrigado por vocês existirem na minha vida e por participarem da minha história. Amo vocês, sempre!


Té++++++